Papo de Bailarina - Na Sala, no Chuveiro, em Qualquer lugar Seu Palco Estará Lá

 


Na última sexta editei um vídeo de 2019 onde danço com a alunas, adoro assistir estes vídeos, ver a expressão nos rostos, a desenvoltura dos movimentos, há quem pense que o professor só avalia vendo o negativo o que deu errado, o que precisa melhorar. talvez exista alguns assim. Mas gosto de ver também os sorrisos que surgem nos rosto de cada uma ao longo das apresentações.

A primeira vez que algumas delas vão ao palco expressam aquele olhar tenso, algumas não conseguem sorrir e aos poucos apesar da emoção o sorriso acontece, as vezes não tão espontâneo, mas na maior parte das vezes o sorriso expressa uma satisfação verdadeira de estar ali, linda e plena. 

Muitas alunas começam a dançar mais tarde, mulheres maduras que buscam na dança um refresco para um cotidiano tão pesado, muitas vezes sufocante de duplas e triplas jornadas de trabalho. É com a dança que voltam a se sentir vivas, lindas, Divas, donas de suas vidas. 

Nos espetáculos vendo colegas de trabalho com turmas enormes de adolescentes e jovens dançando  já me perguntei: Porque sempre minhas turmas são de mulheres maduras? Hoje acredito que o motivo é porque acredito que a Dança do Ventre exerce um papel muito grande de resgaste deste Eu que chamam de feminino. Gosto de chama-lo apenas de Eu Verdadeiro. 

Quando assisto estes vídeos vejo a criança de cada uma expressa em movimento, transbordando a alegria de estar viva. E me sinto viva, entendo porque Danço, entendo porque ensino a Dançar, entendo porque muitos fogem de Dançar, dizendo que não tem tempo, que está velha ou gorda ou que não aprende. 

Quando dançamos renascemos e renascer dói mais que nascer a primeira vez, pois somos paridos de nós mesmos. Uma dor de deixar o útero aconchegante para um mundo maior, mais iluminado, que nos mostra quem somos, escancara na nossa frente nossas limitações, impõe um esforço muitas vezes gigante para cada passo ser aprendido. 

Mas afirmo com toda segurança de quem reaprendeu a andar com os passos de Dança, reaprendeu a ver o mundo que baila ao sabor de todas as músicas, que vale a pena toda dor, todo o esforço. Mesmo que nunca vá para o palco propriamente dito, mas que Dance na sala de aula, na sala de casa, no chuveiro, em qualquer lugar que queira o seu palco estará lá, para que Dance, porque quando dançamos damos asas a nossa alma, a nossa psique, nos libertamos dos grilhões da vida cinza e sufocante de formiga cortadeira para servos mesmo que por alguns instantes borboletas livres e leves. Pois Dançar é Viver com letras maiúsculas. 


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