Meu Corpo Minhas Regras na Dança do Ventre

"Possuímos uma forma que é a soma da herança genética
 e de atitudes psicocomportamentais. Estes componentes 
definem o modo pelo qual cada um administra 
a própria energia."
Ivaldo Bertazzo

Esta semana comecei a ler o livro Cidadão Corpo de Ivaldo Bertazzo, é interessante que quando passamos a pensar algo vários textos e conversas nos levam a refletir sobre este algo. E isto vem acontecendo com meus estudos sobre a Dança do Ventre.

Já faz um tempo que percebo que ela vem tomando rumos massificadores que não vejo nas danças das bailarinas da Era Gold que foram as pioneiras da Dança do Ventre como a realizamos hoje, como também nos relatos que encontramos nos site destes primeiros bailarinos. 

Quando estudamos os processos de construção coreográfica do Mahmud Reda, Taheya Karioka e Nayma Akef, percebemos que todos eles além de estudarem suas raízes na Dança, buscaram referencias nas diversas danças do mundo, com o objetivo de realizarem espetáculos grandiosos que agradassem o público. Coreografavam danças fluídicas e esteticamente palatáveis, amenizando a dança nativa extremamente visceral, no entanto mantinham a liberdade de expressão e intensidade energética natural.

Porém quando leio textos atuais ditando regras penso, será que estes bailarinos que formataram a Dança do Ventre conheciam estas regras? Não vejo regras em suas Danças, não vejo unidade em seus movimentos, só consigo ver singularidade em cada bailarino e diversidades na expressão corporal. Cada um tinha sua própria forma de dançar e criar a sua Dança.

Acredito que a Dança do Ventre tem uma linguagem que a diferencia das demais danças, que a torna única e cativante tal como é. Ela possui a linguagem do quadril expressivo, intenso, quase lascivo e irreverente. Por mais que todas as grandes bailarinas e bailarinos fizeram fusões no passado o movimento de quadril permaneceu na base de sua composição. Cada vez mais penso que esta é a única regra.

Cada bailarino e bailarina coloca em sua Dança sua história que pode fazer parte do seu Eu verdadeiro ou de um eu idealizado, não existem regras para as locomoções, giros e formas de parar no palco, existe apenas o bom senso de realizar uma dança esteticamente aceita pelo público ou não se esta for a intensão do artista. 

Enfim para dançar a Dança do Ventre basta ter quadril e se expressar por ele, o restante são meros complementos que embelezam e enfeitam a Dança.

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No próximo texto falarei sobre como treinar este quadril expressivo.
Até lá!

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