História da Dança do Venttre - O que é Shabbi, de onde ele veio e como Dançá-lo
Você sabe quem foi o pai do Shabbi?
Ahmed Adaweyah começou a cantar este estilo na década de 60, um estilo que surgiu naturalmente com a linguagem coloquial por isso que fez um grande sucesso e virou um estilo.
Adaweyah nasceu em 26 de julho de 1945 no Cairo, filho de vendedores de gado, foi encanador e depois garçom e foi nos bares que trabalhava que começou a cantar, principalmente na Rua Mohamed Ali, mais conhecida como Rua dos Artistas.
Começou a cantar músicas folclóricas, religiosas, cantava em casamentos de rua e depois passou a cantar em casamentos mais sofisticados, participou de 27 filmes. Na década de 70 a música clássica átabe sobre uma queda o que deu a ele a abertura para ser conhecido, como também o surgimento da fitas K7, onde ele mesmo gravava em casa suas música e vendia nas ruas e nas feiras, o que fez que sua música explodisse sendo ouvidas em todas as casa e carros do Cairo e depois no mundo árabe.
Um outro fator que contribuiu para o seu sucesso era a sua linguagem. Diferente dos músicos da época que usavam o árabe clássico em suas músicas, Adaweyah utilizava o árabe popular cheio de gírias dos operários e linguagem das ruas e dos comerciantes. Ele também misturou em suas músicas o sonoridade dos instrumentos orientais e os instrumentos acidentais e o uso dos sintetizadores em composições mais curtas que facilitaram sua produção.
Suas mśucas falavam do cotidiano do morador do Cairo, sua dor na busca pelo sustento e trabalho, questões políticas e religiosas, como também temas leves como paqueras e amores perdidos.
Seu posicionamento político era expresso em suas músicas que repleta de crítica social, política e religiosa, ele criticava a situação do povo pobre e o descaso do governo, o que lhe causou várias represálias, foi preso várias vezes e espancado e quase morto numa ocasião.
Mas em suas músicas também encontramos o desejo do amor distante, a dor do amor perdido, a saudade e a alegria dos momentos festivos, ele cantou muito sobre as trivialidades da vida E são estas músicas que usamos para dançar a Dança do Ventre.
Adaweyah compôs várias músicas para bailarinas, mas é importante quando formos escolher uma música Shabbi pra Dançar temos que observar o assunto da música,sua letra, pois é não toca música de Adaweyah ou qualquer Shabbi que deve ser dançado, faz parte da estrutura do shabbi a crítica social e política, mas também a trivialidade da vida até hoje.
Atualmente fazem muitos remix dançantes, mas mesmo nestes muitas vezes existe o apelo político social, saber o que se diz na música é o primeiro passo para uma Dança Perfeita. Imagina você dançando toda charmosa e a música fala de uma tragédia, de dor do povo, ou uma música que fala da religião. Muitas música Shabbi falam de questẽos políticas bem graves, com certeza estas músicas não servem para dançar por mais que pareçam dançantes.
O shabbi não é só estilo musical é uma estilo de vida, de ver e interagir com o mundo. Representa o morador do subúrbio, insatisfeito com sua situação social e econômica. Sua fala, sua postura em querer mudar e sua busca por mudanças são expressos no Shabbi.
Para quem não sabe a língua árabe é possível usar como critério de escolha, dançar músicas que bailarinas nativas dançam dentro de sua comunidade. Apesar de que hoje existem muitos sites com as letras das músicas e os tradutores online para facilitar este trabalho. Muitos tradutores não são muito fidedignos, mas é possível saber o teor da letra. Assim, errar na escolha da música por causa da letra não é mais aceitável nos dias atuais.
Os shabbis atuais estão mais próximos das músicas acidentais, uma característica marcante é a fusão com as músicas ocidentais e a dança Shabbi também segue este mesmo caminho, uma dança não acadêmica. Dançar um shabbi requer um despojamento, uma simplicidade de certa forma deselegante, porém cativante e provocativa. A bailarina shabbi não tem medo de ser quem é.
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