Papo de Bailarina: Dança do Ventre e a Arte de Emocionar-se

Neste final de semana tivemos nossa primeira apresentação com público presencial desde 2020, por mais que dançar  em casa, nas lives e para gravações de vídeos seja legal e nos supriu de dança neste período difícil que passamos, dançar ouvindo o burburinho do público e sentir na pele a vibração dos aplausos não tem preço. É uma energia tão grande, tão intensa, que nos alimenta por toda semana,  ficamos por dias sentindo e relembrando esta emoção, como num encontro quando estamos apaixonados.

Alguns alunos de Dança não gostam de se apresentar e tudo bem, algumas pessoas acreditam que não nasceram para o palco, mas antes de definirmos “eu sou ou não do palco”, precisamos nos perguntar, porque acredito não ser para o palco? 


E vamos as respostas que já ouvi: Porque sou dura, porque não aprendo coreografia, porque me sinto horrível, porque nunca dancei, porque meu marido não gosta, porque tenho vergonha, porque talvez eu erre tudo, porque estou velha, porque estou gorda, porque ficaria ridícula vestida assim, porque minha religião não permite, porque sou desengonçada, porque entrarei em pânico, porque tenho vergonha,  porque parecerei uma  p… não sei o porquê, e se me verem assim… 


São tantos os motivos para não dançar que já ouvi, mas nunca encontrei nenhum consistente que me convencesse de que uma pessoa não pode dançar, acredito que toda e qualquer pessoa pode dançar.



Assisti uma vez um espetáculo de dança realizado só por cadeirantes e foi incrível em alguns momentos nem víamos as cadeiras de rodas, apenas os bailarinos.


O palco é mágico, existe algo nele que nos transforma, que traz à tona algo que existe em nós que não conhecemos, nossa forma de enfrentar o medo e as situações difíceis. O palco exige concentração e foco. O palco nos faz fortes para as críticas, nos faz resiliente para os obstáculos, persistentes e determinados para suportar os ensaios, os treinos e às vezes as frustrações de não ter sido como queríamos.


Ir para o palco é algo simples, pois na verdade basta o estar disposto,  mas  quando estamos lá na frente da plateia é como estar nú na rua. Só existe a música e sua dança para cobrir o corpo e isso a torna complexa. Por que nossa mente doutrinada não aceita a nudez, ela quer se cobrir de lógica e razões. Mas a arte é emoção.


O fazer arte é se despir e se entregar é sair da lógica e da razão,  é fazer com a alma e a emoção tudo que o corpo quiser e ele quer sensação, emoção que vem da vísceras, das entranhas, do útero. Dançar é emocionar-se e emocionar o outro. Dança sem desejo intenso e paixão é apenas movimento. Por isso que sempre digo “Dançar é Viver”.


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