Papo de Bailarina: A Dança, os musculos e os cerebros
Priscila Genaro
Começo este texto de hoje lembrando uma frase de Roger Garaudy, o bailarino deve ser o detentor de uma grande cultura, pois resume minha postura diante da Dança do Ventre, do ensinar dança e do viver.
Essa semana fiz para o Miguel, meu filho mais novo, uma lista de histórias, contos e mitos que ele deveria ler para encontrar a resposta que desejava. Talvez ele preferisse que eu simplesmente desse a resposta, mas não teria tanto valor ou impacto em sua vida. Acredito que o estudo, a leitura, o processo de adquirir conhecimento nos traz liberdade para entender tudo que está à nossa volta de diversas maneiras aumentado nosso leque de possibilidades e formas de ver o mundo hoje poucas pessoas leem, mas existem os filmes, os documentários, os podcast, audiobooks.
Estou na fase do audiobook, escuto lavando louça, arrumando a casa, até tomando banho. Prefiro ler os livros, mas gosto de acelerar o processo de compreender algo enquanto faço tarefas mecânicas.
Se para vivermos melhor temos que entender o mundo à nossa volta tanto quanto a nós mesmos, por que com a Dança seria diferente?
Dançar não é apenas realizar movimentos, pode também ser o movimento pelo prazer do movimento e a simples expressão do momento, como em algumas propostas contemporâneas, mas quando falamos de Dança do Ventre isso é inaceitável.
Por mais que o artista tenha a sua liberdade de criação que sempre defenderei, essa liberdade passa pelo conhecimento, pela compreensão e respeito ao que já foi realizado e praticado, a inovação e a livre criação tem algumas barreiras culturais e históricas
Quanto mais conhecemos a Dança do Ventre sem as suposições fantasiosas que existem por aí a fora em diversos sites da internet, mais nos libertamos para criar e compor nosso fazer artístico. Dançar é como a Vida, temos que respeitar o nosso passado, mas estarmos abertos e dispostos para o novo que surge e nos tira das bases supostamente sólidas.
Podemos resumir, estudar para conhecer, conhecer para compreender, compreender para nos libertar, nos libertar para criar. Se o conhecimento que está estudando ainda não te libertou porque ainda tem muito o que aprender.
Comentários
Postar um comentário