Papo de Bailarina: Conversa ao Pé do Ouvido ou ao Pé de Quem Dança

Passo minha semana pensando, anotando, escrevendo o que quero ensinar nas aulas, nas lives, nas postagens, mas o que mais me completa é este momento, é aqui neste bloco Papo de Bailarina que mais me identifico. É aqui que Danço com as palavras e reflito sobre o ser e não ser uma alma Dançante. 

Quando começo a escrever penso em tudo o que vivi na semana, as conversas presenciais e virtuais, os elogios, as cobranças, os erros, tudo que preencheu meu coração de alegria e tudo que por alguns instantes me entristeceram, mensagens, comentários, perguntas, são tantas pessoas falando comigo por tantos meios de comunicação, que parece que sou mil pessoas em apenas sete dias. São tantas formas de se comunicar, de falar com com as pessoas, de entrar em contato, que deveríamos nos sentir em plena liberdade de expressão e comunicação, mas no entanto existe um silêncio.

O silêncio de corpos inexpressivos, de sentimentos esvaziados e lábios calados pelo barulho gigante das mentes  doutrinadas a seguir regras, que falam sem parar: não consigo, agora não posso, talvez uma dia, não é pra mim, tem coisas mais importantes, não tenho tempo. Silenciando o desejo que grita no peito, de viver o que nunca foi vivido, de sentir a  liberdade de amar e se amar em movimentos e música na forma de Dança.

Mas por que se privar?

Quando me permito falar, Dançar e sentir sem medo de errar ou fazer feio automaticamente tenho que ter um olhar benevolente com o outro também e isso me trava porque não posso aceitar que o outro faça tudo o que ele quer, porque talvez não seja o que eu quero e isso me dá medo. Então me travo, não Danço, não me permito, não me entrego. Porque se eu me permitir o outro também poderá errar, poderá agir, pensar e ser o que ele quiser. O desejo do outro me causa estranheza, me incomoda, então não Danço.

 Desejo que todos e cada um possa viver sua própria Dança, de forma única e livre, sem críticas ou cobranças. Viver é fazer parte da Dança cósmica do Universo, quando Danço com meu corpo livre me permito comungar nesta coreografia infinita.

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