Papo de Bailarina - Esqueci como se faz na Dança do Ventre


Esta semana ouvi três frases que embora não é a primeira vez que ouvi me fez pensar: "não posso dançar porque faz tempo que não danço, estou dura", "já esqueci como se dança", "adoro a dança, mas não é pra mim". 

O bebê ao ouvir um som cadenciado se movimenta numa dança bem típica, todas as tribos primitivas tem ao menos um tipo de dança. Diante disto eu só consigo pensar que a dança é inerente ao comportamento humano. Então porque algumas pessoas tem aversão ou fogem do dançar mesmo gostando das danças?

Por toda história o controle social, político e econômico foi antecedido pelo controle do corpo e tudo que se refere a ele, tipo de vestimenta, castidade, casamento, descendentes, forma de se expressar e se movimentar. Desde de proibições explicitas em legislações e  normas de conduta civis como em convenções informais sutis ditas como comportamentos adequados e inadequados ao convívio social. 

Toda regra de conduta estabelecida formalmente ou não são formas de controle que favorecem um grupo, um individuo ou uma instituição. Atualmente as mídias sociais favorecem que este controle seja mais discreto e quase imperceptível. Uma ação ou conduta pode ser influenciada até mesmo imposta através de imagens, frases ditas em contextos variados aparentemente despretensiosos que direcionam o olhar e o pensamento. 

Na Dança não é diferente, desde pequenos recebemos criticas e elogios que aos poucos vão formando em nossa mente uma autoimagem que na fase adulta nos condenam a não saber lidar com naturalidade e aceitação do nosso corpo em movimento, assim terceirizamos o prazer de dançar assistindo aos espetáculos, terceirizamos a incrível sensação de liberdade ao esperar que os professores façam nossas coreografias.  Aprendemos que a dança "bonita" é feita pelo profissional, que nosso corpo é inadequado por diversos motivos, que para ser aceito preciso fazer igual ao modelo exibido. Perpetuando sutilmente o controle sobre o corpo, a mente e a forma de ver e sentir o mundo.

Dançar é uma prática das mais democráticas, pois não requer nenhum apetrecho ou acessório, até mesmo a música pode ser dispensável, basta que o bailarino cante ou se movimente ao sabor do som do ambiente ou do seu som interno. Para Dançar só é necessário a prática, quando mais se pratica mais "mole" o corpo fica, quanto se Dança mais faço ligações nervosas, desenvolvo a musculatura e a psicomotricidade, quando pratico uma atividade de gosto sinto muito mais prazer e alegria. Porque Dançar faz parte do próprio viver. 


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