Papo de Bailarina: Com a Dança do Ventre encontrei a Paz

O melhor das descobertas é descobrir a si mesmo, é perceber que somos limitados, mas que podemos contornar estes limites, é perceber que somos imperfeitos, mas justamente esta imperfeição que nos leva ao estado sublime, o melhor de todas as descobertas e saber que apesar de tudo é maravilhoso viver, que a vida é uma dança sem coreografia.

Quando comecei a dançar eu não me gostava, me sentia desengonçada, feia, magra demais, não conseguia fazer os movimentos, saia do tempo da música. Numa das turmas iniciantes que participei tinha um grupo de meninas que riam de quem errava ou fazia diferente, confesso que isso me abalava. 

Mas uma coisa tenho de bom, eu não desisto das coisas que dependem de mim. Mesmo não me gostando, mesmo vendo as outras rindo dos meus movimentos estranhos, mesmo com todas as dificuldades eu queria aprender a Dançar e continuei e aprendi.

Aprendi muito mais que Dançar, buscando a dança em mim, encontrei a Paz que buscava em outros lugares, encontrei o Amor que por um tempo achei que não existia, encontrei a alegria de estar viva, aprendi a me ver com respeito, a compreender minhas dificuldades e que não preciso ser igual, a não me importar com o que o outro pensa, espera ou fala de mim, encontrei também a alegria de poder compartilhar o que aprendi. 

Quando comecei a Dançar descobri que a vida é como a Dança, possui seu ritmo, sua melodia, se ficarmos pensando e nos criticando ela não acontece, mas se nos deixarmos levar pela música, nos permitir sentir o seu pulso e nos entregarmos sem medo do certo e do errado ela flui com naturalidade e beleza. O improviso da vida é como o improviso da Dança, basta sensibilidade e preparo para que tudo aconteça com tranquilidade e beleza.

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