Personalidade e Criatividade na Dança do Ventre por Natacha Aime
Trabalho realizado por Natacha Aime para conclusão do Módulo de Fundamentos da Dança do Ventre do Curso de Formação e Capacitação de Professores de Dança do Ventre oferecido pelo FIDES Centro de Cultura, Lazer e Saúde sob a coordenação de Priscila Genaro
Personalidade e Criatividade na Dança do Ventre
Quando se faz um treinamento criativo, expressivo, observa-se a conduta corporal, por exemplo, nas crianças o movimento aflora e flui, como a dança criativa contribui para facilitar a obtenção da maturação equilibrada, pois a dança espontânea é modo de estimular a motivação.
O mesmo ocorre nas chamadas danças primitivas e nas danças folclóricas, tendo em vista que as habilidades corporais são adquiridas gerando-se vínculos, em um ambiente propicio que desde cedo favoreça o autoconhecimento.
DESENVOLVIMENTO ARTÍSTICO NAS CRIANÇAS
Jean Piaget esclarece que o desenvolvimento artístico precede a adolescência. O futuro artista precisa adquirir habilidade em velocidade rápida para que na adolescência seu oficio já esteja consumado. Se ele, pode então resistir ao aumento de poderes críticos.
CRIATIVIDADE NA FASE ADULTA
O auge da criatividade é mais provável de ocorrer durante certas fases da vida, como nas crises de meia-idade, conforme de entendimento de Daniel Levinson e Erik Erikon.
Todd Lubart, autor do livro “Psicologia da criatividade”, concluiu que a performance criativa durante a fase adulta apresenta mudanças importantes, eis que no primeiros anos da vida adulta a criatividade seria mais intensa e objetiva, marcada pela espontaneidade e questionamentos. Acima dos 40 anos, seria mais elaborada, subjetiva e reflexiva, marcada por uma procura de harmonia e de integração de idéias e valores.
AS ESTRUTURAS DINÂMICAS DA
PERSONALIDADE POR FREUD
Por volta de
1920, Freud desenvolveu o vocabulário de psicanalítico, ou seja, os conceitos
tópicos de consciente e inconsciente que cedem lugar a três elementos, os quais
constituíram o mundo dinâmico de estrutura de personalidade:
- Id
É
constituído pelo conjunto de impulsos instintivos inatos, sendo responsável
pelo processo primário. O exemplo ilustrativo é o sonho, no qual os desejos vão
tentando uma satisfação alucinaria ao nível das imagens geradas.
- Ego
O Ego surge como uma instância que se diferencia
a partir do id, servindo de intermédio entre o desejo e a realidade.
Diferenciado a partir de uma formação instintiva, para Freud, o Ego é acima de
tudo corporal, ou seja, biológico.
Interessante
notar que o ponto de partida de Freud e Piaget são similares nas origens, pois
para ambos há uma formação instintiva inicial que se desdobra em estruturas
mais sofisticadas a partir da elaboração da realidade.
- Superego
O Superego é
responsável pela estruturação interna dos valores morais, ou seja, pela internalização
das normas referentes ao que é moralmente proibido e o que é valorizado e deve
ser ativamente buscado.
Ego ideal: corresponde a internalização dos
ideais valorizados dentro do grupo cultural.
Consciência Moral: corresponde a internalização das proibições.
EXPLORAÇÃO DA CRIATIVIDADE ARTÍSTICA
No momento
em que se explora a criatividade artística, os traços da personalidade e do
caráter entram em ação. Alguém inclinado a atingir grandeza artística precisa
nutrir uma motivação intensificada para superar-se, para distinguir-se.
Possuído por uma visão poderosa, deve sentir-se compelido a expressar essa visão,
de novo e de novo, através do meio simbólico de sua escolha. Deve estar
disposto a viver com incerteza, a arriscar o fracasso e a vergonha, voltar de
novo ao seu projeto até satisfazer seus próprios padrões exigentes, enquanto
fala poderosamente para outros.
Por fim, uma
vida inteira de experiência, habilidade e dedicação separam a criança pequena,
“cujo dom a controla” (nas palavras de André Malraux) o artista adulto “que
controla seu dom”.
Existe um
vínculo entre cada criança e cada artista adulto talentoso. Além disso, para
ambos, um meio artístico provê os meios para lutar com idéias e emoções de
grande significado que não podem ser articuladas e dominadas através da
linguagem convencional.
“Se eu
pudesse dizer isso, não teria que dançar isso”, insistiu Isadora Duncan,
captando, dessa forma, uma importante semelhança entre o artista adulto e a
criança pequena.
A
personalidade tem como primeiro elemento a criatividade, que seria a vontade, o
desejo e o sonho, porém, a realidade e os valores morais que também são
elementos da personalidade fazem com que a criatividade seja reprimida.
Assim,
deveríamos mobilizar os nossos desejos e fantasias e transformar o mundo
imaginário em linguagem corporal para a Dança o Ventre.
Bibliografia
BRIKMAN, Lola, A linguagem do movimento
corporal, Summus Editoral, ano 2014.
LUBART, Todd, Psicologia da Criatividade,
Artmed Editora.
GARDNER, Howard, Arte mente e Cérebro, Uma
abordagem cognitiva da criatividade, Artmed Editora, ano 1999.
RAPPAPORT, Clara Regina, Psicologia do
desenvolvimento, Editora Pedagógica e universitária Ltda, ano 2014.
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