O professor que aprende - A arte de ensinar Dança
É incrível como no palco somos todos iguais.O frio na barriga, a tensão, a euforia, a alegria da realização e de receber os aplausos. No palco somos todos estrelas cintilantes no céu do fazer arte.
O professor de Dança é o elo que uni todos os alunos de uma ou mais turmas, mas não pode ser a corrente que puxa o aluno para a realização, nem a corrente que amarra, que não acredita na capacidade de quem ainda está aprendendo.
Agora no dia 18 de agosto de 2019 aconteceu o Festival de Aniversário do FIDES, e passei estes dias vendo as fotos e os vídeos para compartilhar e principalmente ver como foi o Festival, pois nós que estamos dentro não conseguimos ver como na realidade tudo aconteceu.
Sou profissional em Dança do Ventre, mas nas outras modalidades que pratico sou aluna e me ver no palco como aluna é muito interessante, perceber meus erros e ver o que preciso melhorar me fortalece como professora, me aproxima das aflições dos alunos em colocar a cara a tapa e subir no palco sentindo-se seguro ou não.
Vejo meus erros primários, ouço a voz da professora Gabriela me corrigindo e penso como é dolorido para o aluno se ver errando algo que ele fez mil vezes. Já passou pela minha cabeça de aluna em não dançar as danças que ainda não domino, mas o palco me chama... E volto pensar como professora: como amenizar esta situação, como impedir que o aluno desista de se apresentar por achar que tem dificuldades, que ainda não está bom.
No livro "Obesidade e Fatores Associados" oferecido pelo CREF ( Conselho Regional de Educação Física) aqui de São Paulo coloca que os fatores psicológicos e emocionais fazem parte das principais causas das pessoas abandonarem as atividades físicas, mesmo sabendo de todos os benefícios que a permanência lhe proporciona.
E afirma que cabe ao profissional, buscar estratégias positivas, momentos de satisfação e objetivos realistas porém numa perspectiva de evolução e progresso constante, que possam ser mensuráveis pelo aluno.
Eu ainda penso que no caso da Dança o professor, além destas estratégias, deve ser o motivador, a mola motriz para que o aluno sinta-se capaz e feliz em realizar sua Dança. Ser o apaziguador de possíveis conflitos, disputas e momentos de insegurança.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhOoFbXT7Arvosu7Efu-3gf_HYH2bzZnLVA1UQ4xZJm1fCQtr56uemsuQ0Z-C2IZDpY6Np4UzoM6exgAgSRRnBHXbPBC7iqgawwO5_rz0zTMYkInYACmWZyujpha5Ar_-LGU5UjyHEKnQHj/s200/festival+de+aniversario+ballet.jpg)
Quem ensina a Dança deve ser a base segura e forte, que apoia, incentiva, corrige, orienta, faz o aluno ser o que ele quer ser, do jeito que quiser, com autonomia e consciência da arte que realiza.
Saber olhar para o aluno ansioso e dizer "calma ainda não", e também saber olhar para aquele que tem medo e dizer "vai você consegue".
Os espetáculos das escolas de Dança, são os melhores lugares para errar e refazer, para se perceber como aprendente em busca de melhorias. É lá que estão as pessoas que nos amam, nos assistindo e torcendo por nós. Nestes espetáculos devem ser como a nossa casa em dia de festa, nos empenhamos em fazer tudo perfeito e bonito, mas se algo não deu tão certo, tudo bem, afinal estamos em casa.
Eu percebo que a cada espetáculo os alunos estão melhores, autônomos e verdadeiros, me sinto realizada como professora.
E eu enquanto aluna me vejo melhor, consigo ver meu progresso e vejo o quanto tenho que melhorar e sou grata pela professora que tenho.
Dançar é colocar sua alma a frente de sua razão. E isto é muito difícil.
Grata queridos alunos por me fazer pensar sobre isso.
Grata professora Gabriela Braz por me fazer praticar isso.
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