Processos Coreográficos na Dança do Ventre - Parte 1



Coreografar uma música pode ser uma processo simples de unir movimentos harmoniosamente ou pode fazer parte de um extenso trabalho de pesquisa e elaboração.
Muitas pessoas tem dificuldades em fazer composições e acabam por fazer recortes sem sentido de diversas outras coreografias, o que acarreta uma monotonia quando assistimos a um evento com diversos grupos, pois acaba por todos fazerem as mesmas movimentações e até mesmo os figurinos se tornam parecidos. Criar é um processo que envolve criatividade e conhecimento, quanto mais conhecimento mais subsidio se tem na criação.
Quando vou elaborar uma composição coreográfica parto ao menos de um destes três pontos, as vezes mais de um:

1- Eu tenho uma musica inspiradora;
2- Tenho uma ideia, uma mensagem ou uma história;
3- A coreografia surge através de uma emoção momentânea.

Música inspiradora   

Algumas músicas são inspiradoras, quando começo o processo coreográfico partindo da música pesquiso o músico ou a banda, verifico bem sua nacionalidade, em que época a musica foi composta, se existe alguma história por traz da sua composição, sua letra, enfim tudo que existe de informação sobre ela. Depois verifico a célula rítmica, sua textura e forma. Somente depois desta analise eu começo a pensar na movimentação cênica, que desenhos serão formados no palco, diagonais, linhas e figuras possíveis em cada momento e em  quais planos serão realizados, alto, médio ou baixo. Somente depois encaixo os movimentos específicos de quadril, braços e pernas. Por último a introdução e a finalização. As vezes faço uma introdução provisória até tudo ficar pronto e sentir a melhor forma de entrar em cena.


Ideia ou Mensagem

Acredito que este é o processo coreográfico mais difícil, exige mais pesquisas para encontrar a musica certa que se encaixa na proposta, o figurino que a representa, e toda a movimentação que possa expressar o conteúdo desejado. O grupo que vai apresentar a coreografia deve estar integrado à ideia do coreógrafo para que a mensagem não se perca. Deve-se garantir a afinidade das ideias e objetivos.

Emoção momentânea

Esta forma de coreografar pra mim é a mais prazerosa e rara de acontecer. É quando simplesmente toda coreografia surge na mente pronta, sem nenhuma intensão ou motivo, os passos se unem e se completam. A coreografia nasce naturalmente pronta e completa.


Quando danço solo nunca coreografo, prefiro deixar a dança acontecer livremente, para dar espaço para a emoção do momento, a interação com o público, porém estudo a musica ouvindo-a e dançando muito e muitas vezes, registro suas marcações e possíveis movimentos que possam vir a ser realizados. Quando elaboro coreografias para dançar em grupo evito assistir outros grupos que já tenham coreografado a mesma música para não sofrer influências, o nosso cérebro registra o que vemos e mesmo sem intensão reproduz o que já está na memória.

Entendo que coreografar é sentir e falar sem usar palavras é como contar um sonho, muitas vezes as partes não fazem sentido, mas ao final sempre gera uma emoção. Fazer arte é emocionar-se e emocionar o outro. Dançar é sentir com o corpo todo algo que a maioria das pessoas só percebe com os ouvidos, a música.

Nos próximos textos irei contar como foram os processos coreográficos de algumas danças que realizei.


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