A Estética da Dança do Ventre

"A estética deve ser considerada como psicologia do prazer estético e da criação artística"
Lev S. Vygotsky  

Diversos pensadores como Vygotsky , Freud, Kant e muitos outros dissertaram sobre a estética e a arte, Embora a dança geralmente fique de fora destas discussões, ela é uma das formas mais antiga do expressar artístico.
Mas o que é estética na dança, como podemos definir o que é belo?
Cada individuo  tem a sua definição do que é belo e prazeroso. Desde a antiguidade a prática da dança busca o sentimento de prazer, seja devocional ou corporal, e também de uma beleza estética. No entanto para compreender os padrões estéticos da cada dança há a necessidade de compreender historicamente a momento vivido de execução desta. 
O ballet clássico é o exemplo mais fácil deste padrão estético na busca do prazer através do belo definido pelo momento histórico social. Ele foi compilado num período da história no qual os prazeres do corpo e a sexualidade eram considerados pecados, embora sejam apresentados diversos temas românticos,  o amor no ballet sempre é apresentado como algo sublime e etéreo, os bailarinos transmitem imagens angelicais com seus corpo e movimentos retilíneos e verticais, induzindo a sensação de ascensão, a subida ao céu numa negação ao corpo terreno e carnal.
Priscila Genaro
Focando o olhar na Dança do Ventre, qual estética buscamos, qual estética a Dança do Ventre expressa?
As primeiras imagens que a retratam a Dança do Ventre mostram mulheres de porte físico robusto com trajes típicos ricamente adornados. No início do século 20 com a ascensão do cinema hollywoodiano, as bailarinas de Dança do Ventre foram influenciadas pela imagem estética das atrizes norte americanas com formas arredondadas e cintura fina.
Assim chegamos a outra questão a mídia define a estética social ou a sociedade define a mídia?
Após a década de 70 o padrão estético feminino foi definido pelo sucesso dos grandes desfiles de alta costura, onde apresentavam mulheres altas e muito magras com o propósito de não dar forma diferenciada às roupas, assim como os cabides nas prateleiras das lojas. Apesar das mulheres naturalmente possuírem formas arredondadas, pois possuem mais camadas de gorduras que os homens, este padrão estético de corpo magro e longilíneo foi incorporado como ideal feminino. 
Homens e mulheres cada vez mais seguem este padrão de corpo magro com mais músculos aparentes e menos gordura. A imagem midiática de corpos magérrimos e seios avantajados, estabelece como verdade uma imagem feminina antagônica, pois se os seios são formados em grande parte de gordura, quanto menos gordura menos seios, assim muitas mulheres lutam para reduzir a gordura de seus corpos  e compensam a falta dela nos seios com próteses de silicone.
Esta estética da magreza refletiu em todas as danças inclusive na Dança do Ventre. As bailarinas de corpo mais robusto com movimentos bem aterrados e horizontais não são tão bem vistas esteticamente. A dança do Ventre passa a ser retratada por bailarinas magras com movimentos amplos de braços e pernas numa crescente verticalização dos movimentos.
Assim como os padrões estéticos sociais a Dança do Ventre vem se modificando esteticamente, partindo de Dança Sagrada, Dança de Cura, para Dança de Cabaret e atualmente Dança de Espetáculo, exigindo novas expressões, novas imagens e uma nova estética. 
Acredito e desejo que estas diversas Danças do Ventre podem coexistir. A Dança do Ventre comercial no qual a preocupação é a reprodução de padrões vendáveis se relacionando harmoniosamente com uma Dança do Ventre libertadora, curativa, integradora e democrática, onde indivíduos de almas livres e dançantes possam se expressar abertamente através de seus corpos, com suas verdadeiras formas de fazer artístico e criativo. Afinal o belo e o estético são relativos e o mais importante da arte é a mensagem, como diz Roger Garaundy:
 "Se o bailarino ou coreógrafo não tem nada para dizer, a dança, mesmo pautada pela perfeição da técnica, se torna medíocre."





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